
A minha poesia concreta se desconcretiza
Na mesma velocidade em que o sol se põem
Alto lá, no horizonte
Na mesma velocidade
Em que eu brinco de esconde-esconde
Com a minha própria sombra
Na mesma velocidade
Com que eu nasço e renasço de minhas cinzas
O des-concreto escorre pela calçada quente do meio dia
E corre até virar rio
E corre até virar mar
E corre até virar ar
E corre até virar o mundo inteiro
Não quero mais o eu-concreto
Me quero em todas as forma
Me quero em sua forma
Quero a minha forma na sua forma
A nossa forma (des) concretizada
Em algo que se re-concretiza em todo lugar